A rotina e os segredos do bom velhinho

data 20 de dezembro de 2024
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Crédito: Divulgação

Dedicado à carreira de Papai Noel há uma década, o ator Douglas Tedesco dos Santos fala da magia do Natal e dos segredos para encarnar o personagem e levar magia e esperança para aqueles que o procuram.

Chega essa época do ano e não tem sossego! Douglas Tedesco dos Santos, que há mais de uma década trabalha como Papai Noel, brinca dizendo que realmente queria ter um trenó voador. O corre-corre, toda a função para se caracterizar, a necessidade de estar sempre bem e oferecendo ótima energia para as pessoas tudo compensa e faz valer a pena, transformando, inclusive, sua forma de ver e viver o Natal. Confira o bate-papo a seguir.

Revista Nossa: Como você começou a atuar como Papai Noel?
Papai Noel: Como ator, já havia feito um trabalho de forma voluntária como Papai Noel para uma instituição e havia alguns registros desse momento nas redes sociais. A prefeitura de uma cidade estava em busca de um Papai Noel para eventos e entrou em contato comigo questionando se faria. Vi, então, uma oportunidade de negócio e comecei a vida de Noel.

“Viver o Noel tem um significado de positividade, da importância do acreditar e levar boas mensagens. Existem diversas formas de levar amor para as pessoas e ser Papai Noel é uma delas”.

RN: O que faz para incorporar o personagem?
Noel: Parece que é tranquilo, mas estamos o tempo todo pensando em coisas para melhorar o personagem. Os estudos em teatro ajudaram bastante e nos preocupamos com os detalhes. Além da caracterização, investimos na linguagem, na história e em informações. Faz toda a diferença. Os itens de caracterização, acessórios, roupa e afins são sempre por encomenda, pra ter o nosso jeito. A barba, desde o começo do ano deixamos crescer e fazemos terapia, tratamentos. A maquiagem surgiu a partir de muitos testes porque primamos pela questão realística. Então, até chegar na medida ideal para realçar a magia do Natal sem pesar a mão levou um tempo. E existe também aquele segredinho que não dá pra contar, mas faz parte do nosso diferencial. Todo esse processo, numa ação onde o Noel fica uma hora, tem o total de quatro a cinco horas envolvidas.

RN: Qual foi a experiência mais emocionante ou inesperada que viveu como Papai Noel?
Noel: A gente aprende muito e vive coisas muito intensas e diferentes vivendo este personagem, mas é o carinho com que os idosos tratam o Papai Noel que me encanta. E alguns adultos, a forma como abraçam, de forma sincera e esperançosa. Mas já fiz de tudo um pouco, lidei com formulação de cosméticos, andei de bug de madrugada, em cima do caminhão de bombeiros, tudo para gravações publicitárias.

RN: Alguma criança já fez um pedido inusitado ou desafiador?
Noel: A verdade é que cada dia é mágico e muito divertido. E a gente recebe muitos pedidos bem inusitados. Em uma ação em Balneário Camboriú, atendendo crianças em vulnerabilidade social, uma delas pediu para que os pais se reconciliassem, parassem de brigar e eles fossem uma família novamente… não teve como não se emocionar.

RN: O calor do verão brasileiro torna o traje desafiador? Como você se adapta?
Noel: Já foi bem pior e tenho a sorte de pegar vários dias fresquinhos. Contudo, com o calor a gente acostuma e a roupa é preparada para receber as consequências. Ruim mesmo era usar a barba postiça, que tem aquele elástico prendendo o rosto e não deixa você ter expressões.

RN: Como essa experiência mudou a sua forma de ver o Natal e as crianças?
Noel: Então, é muito contraditório e louco como algumas missões chegam na vida da gente, porque eu não gostava do Natal. Sempre amei ano novo, mas Natal? Foi fazendo o personagem que percebi como a data conecta e o verdadeiro significado existente por trás de cada tradição. É claro que eu acabo cansando das músicas, da piada do pavê, mas é por uma causa muito nobre e ser um dos símbolos tão esperados do Natal é uma honra imensa.

RN: Como você lida com possíveis contratempos, como crianças chorando ou situações delicadas?
Noel: Uma de minhas premissas é tratar de forma muito humana, sem tanta pressa, e isso já ajuda muito a ser especial e evitar situações complicadas. Tem um contratempo que é sair do evento. Então, sempre precisamos de segurança e vamos tirando algumas peças pelo caminho, como óculos e gorro. Caso contrário não conseguimos nunca ir embora. Tem ainda as crianças que não estão na idade de interagir com o Noel. Hoje, os pais estão mais abertos para isso, mas há alguns anos era difícil e chegavam a culpar o Noel. Hoje, sabe o que faço? Nada! O responsável que está ali junto que precisa fazer algo, porque se o Noel se intrometer só vai piorar. Mas tudo isso faz parte da magia do Natal!

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