A experiência do consumidor/paciente no ambiente sempre terá um peso muito grande em sua memória afetiva. Para isso, nos utilizamos de vários aspectos em que a arquitetura pode impactar de forma positiva no espaço. Nesta edição vamos mostrar o projeto de um consultório odontológico que desenvolvemos recentemente.
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A ergonomia é a ciência que estuda a relação entre o ser humano e seu ambiente de trabalho. No contexto dos consultórios, ela desempenha um papel crucial. Normas brasileiras, como a NR-17, estabelecem parâmetros para a adequação do mobiliário e das condições de trabalho visando o conforto e a saúde dos profissionais. Um projeto bem pensado considera a disposição de móveis e equipamentos de forma a reduzir o esforço repetitivo, minimizar posturas inadequadas e proporcionar um ambiente que promova o bem-estar e a produtividade.
Além disso, a norma NBR 9050 trata da acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, tornando obrigatória a inclusão de recursos que permitam o atendimento a pessoas com deficiência, garantindo um ambiente inclusivo e acessível.
A iluminação desempenha um papel vital em consultórios e demais espaços, influenciando diretamente no conforto visual e emocional dos pacientes e profissionais. Para criar um ambiente de trabalho eficaz e acolhedor, devemos considerar tanto a luz natural quanto a artificial.
A luz natural, quando bem aproveitada, reduz a fadiga visual, melhora o humor e a concentração e economiza energia. Projetos que maximizam o uso da luz natural, com janelas amplas e claraboias, são altamente recomendados. Além disso, é importante utilizar cortinas ou persianas que possam controlar o excesso de luz quando necessário.
Para a iluminação artificial, é essencial escolher luminárias adequadas, evitando o ofuscamento e garantindo níveis de iluminância adequados para as diferentes atividades realizadas no consultório. Gosto de estudar bem a iluminação para os ambientes. Luzes indiretas misturadas com luzes focadas aumentam a produtividade e o bem-estar do indivíduo.
Quanto à paleta de cores, é importante considerar o impacto psicológico que elas têm sobre os pacientes. Tons neutros, como branco, bege e cinza são escolhas sábias, pois transmitem serenidade e neutralidade, contribuindo para a criação de um ambiente acolhedor e tranquilo. Essas cores também têm a vantagem de serem versáteis e de facilitar a combinação com elementos de decoração, como quadros e mobiliário.

Além dos tons neutros, toques sutis de cores suaves podem ser incorporados para criar um ambiente amigável e humano sem sobrecarregar visualmente o espaço.
Em um projeto recente que realizei para um consultório, utilizei tons neutros nas paredes e nos móveis combinados com uma iluminação suave e indireta. Isso criou um ambiente sereno que contribuiu para o conforto dos pacientes e para o desempenho eficaz do profissional de saúde.
Em resumo, um projeto bem desenvolvido para consultórios deve considerar tanto a ergonomia de trabalho quanto a iluminação adequada. Além disso, a escolha de cores e materiais desempenha um papel crucial na criação de um ambiente acolhedor e tranquilo. Afinal, um consultório bem projetado não apenas atende às necessidades práticas, mas também promove um ambiente que inspira confiança e bem-estar.
