O problema da dengue explodiu. A doença segue lotando as UTIs e ocasionando uma paralisia nos serviços de saúde, com as cirurgias eletivas todas suspensas por conta da falta de acomodações nas unidades de tratamento intensivo dos hospitais de todo Estado.
Muitos municípios estão deixando de fazer a sua parte na assistência básica. Vemos município com 45 mil habitantes que não faz ao menos um hemograma, um hematócrito, que é o exame mais simples que existe para determinar se um paciente precisa de atendimento de urgência, e já o coloca dentro de uma ambulância e o transfere para outro municipalidade. Os casos encaminhados dos pequenos municípios para os centros de referência regionais estão causando a superlotação que vemos agora.
O Nordeste de Santa Catarina é onde temos mais casos confirmados da doença e foi a região que recebeu vacinas para proteger as crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Mas o que estamos vendo é um total descaso da população, deixando de levar seus filhos para vacinar. Cerca de 25% do público-alvo foi vacinado até agora, um índice considerado baixíssimo, mais ainda em uma situação de emergência como a que estamos vivendo agora.
Falta também um pouco mais de ação da população no combate ao mosquito, pois se ele está se multiplicando dessa forma é porque existem condições adequadas e não está sendo combatido de forma eficaz. Da mesma forma, a Vigilância Sanitária de municípios e do Estado precisam ser mais ágeis na aplicação do fumacê no combate ao mosquito.
Enquanto isso, que cada um se cuide, usando roupas compridas, repelente na pele e mantendo os repelentes elétricos ligados durante o dia dentro de casa. O mosquito ataca de dia, preferencialmente no começo da manhã e fim da tarde dos dias mais quentes. Ele voa a meio metro de altura e pica mais nas pernas e pés.
Se tiver febre alta (acima de 38.5°C), dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo, procure ajuda médica.