Deputado avalia como “trágica” situação das rodovias de SC

data 29 de março de 2023

Afirmação veio após apresentação de pesquisa da CNT.

“É uma tragédia”, afirmou o deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) diante da apresentação dos dados apurados pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) referente à situação das rodovias que cortam Santa Catarina. Conforme a pesquisa, Santa Catarina figura na 16ª posição entre os Estados quanto à qualidade das rodovias. Os números divulgados durante audiência pública realizada ontem na Assembleia Legislativa apontam que 98,1% das vias catarinenses que estão sob responsabilidade dos governos estadual e federal se encontram em condição regular, ruim ou péssima. No geral 57,7% da malha rodoviária apresenta pavimento desgastado; 6,3% não possui faixas centrais; e 54,2% não tem acostamento. 

A pesquisa revela também que ao longo dos últimos anos houve uma queda acentuada de investimentos na infraestrutura rodoviária de Santa Catarina, enquanto no mesmo período, entre 2010 e 2011, a frota de veículos aumentou cerca de 58%. A CNT avalia que seria necessário um total de R$ 3,06 bilhões para a recuperação e manutenção das rodovias catarinenses pesquisadas. 

“É o mal crônico que afeta Santa Catarina”, disparou o deputado sobre a escassez de recursos federais destinados às obras em rodovias federais no Estado. “A conclusão total da duplicação da BR-101 levou 16 anos. Isso não acontece em lugar nenhum no mundo”.  Ele também criticou o ritmo lento da duplicação da BRs 470 e 280. “Se não fossem os recursos do governo estadual para essas rodovias, nada teria mudado nesses últimos quatro anos”, afirmou. Só para a BR-470, o governo catarinense já destinou R$ 182 milhões de um total de R$ 300 milhões empenhados.

 

Custo 34% maior

Dr. Vicente voltou a defender a construção de uma nova rodovia paralela à BR-101 como forma de desafogar o tráfego. “A 101 está estrangulada em vários pontos, completamente congestionada. Uma tragédia para o turismo. A pessoa que vem, não volta mais. Sem contar as perdas econômicas. A pesquisa é muito clara: a lentidão e a degradação da malha rodoviária estadual resultam em aumento do custo operacional para as empresas de transporte de ordem superior a 34,7%”.

 

Ferrovia

A falta de investimento em ferrovias também foi lembrada pelo deputado. Ele afirmou que foram gastos cerca de R$ 39 milhões na contratação do projeto da ferrovia litorânea que interligaria os portos de Imbituba, no Sul e São Francisco do Sul, no Norte. “A burocracia dos órgãos ambientais e da Funai sepultaram a iniciativa. Não temos alternativa de modal de transporte e os projetos de novas ferrovias não saíram do papel”, lamentou.

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