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Durante as férias coletivas da prefeitura é bem provável que você encontre o então prefeito de Guaramirim, Prof. Luis Chiodini, curtindo dias tranquilos na praia ao lado da família ou fazendo aquilo que mais gosta durante as horas de lazer: pescando. Mas também não é improvável que esteja dentro do gabinete quando todas as luzes se apagarem deliberando sobre algum assunto importante para o município. Desde que assumiu a cadeira mais cobiçada do paço municipal, a dedicação do professor tem sido uma de suas principais marcas de governo, a ponto de exigir paciência extra da esposa e dos filhos, render reclamações dos amigos por se ausentar dos encontros e o levar até mesmo a ficar sete dias sem ver o pai, que mora a menos de 20 metros de sua residência.
Luis Chiodini afirma que se sente responsável pelos quase 43 mil habitantes de Guaramirim
Chiodini admite que se surpreendeu com a quantidade de compromissos, mas conta que hoje se sente responsável pelos quase 43 mil habitantes da cidade e, para conhecer melhor seus anseios e necessidades, faz questão de cumprir agenda onde quer que receba convites. De origem simples e com sólida carreira construída na área da educação dentro do serviço público, revela que sentou poucas vezes na cadeira de prefeito e que não tem o perfil de político que só vai às ruas para pedir votos. “Fui eleito por uma diferença mínima, de 215 votos. Isso gerou uma expectativa muito grande por parte de quem acreditou em mim e também a desconfiança daqueles que optaram pelo outro candidato”, lembra.
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Restou, então mostrar trabalho. O prefeito conta que quando montou a equipe de governo já avisou a cada comissionado que as jornadas de trabalho poderiam chegar a 12 horas diárias. Aos concursados também não restou alternativa a não ser trabalhar duro e, especialmente, ter muito respeito pelo dinheiro público. O rigor na administração, no entanto, foi bem aceito. Chiodini dá o exemplo e planeja cada ação dentro de um todo, que projeta uma Guaramirim muito melhor e maior em 20 anos e faz um trabalho de formiguinha para colocar na cabeça de cada morador o sentimento de orgulho de morar ali.
“Iniciamos um processo de limpeza nos bairros. Coisa simples, como tirar o mato, pintar o meio fio, limpar a calçada e o resultado foi incrível. As pessoas se sentem valorizadas e precisamos lembrar que o imposto pago por elas vale o mesmo que o pago por um morador do centro”, valoriza. Também foram feitas ações em prol do comércio no intuito de incentivar os guaramirenses a comprar na cidade e manter seus impostos em movimento dentro do município, pois com a crise político-financeira que assola o país, Chiodini quer assegurar recursos próprios para manter o calendário de obras.
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Por isso investe pesado também na indústria, que trará, além de empregos, um aumento na arrecadação. Em 2017 conseguiu colocar em movimento o projeto da área industrial que estava há 15 anos em discussão. Dos 17 terrenos disponíveis para venda, 11 já foram arrematados e dentro de um prazo de 18 meses devem gerar cerca de três mil novos empregos. O político também firmou parceria com a iniciativa privada em outra área industrial. Como o espaço é cortado por uma via pública, a prefeitura se comprometeu a levar toda a infraestrutura necessária. Chiodini também lançou um pacote de incentivos fiscais e está confiante nos resultados. “Estamos em uma ótima localização. Com a privatização da BR-280 a duplicação será concluída e com o fácil acesso à BR-101 e aos portos da região não haverá mais entraves para o escoamento da mercadoria”, garante.
O prazo de 18 meses para a instalação das novas empresas, segundo ele, é para evitar especulação imobiliária sobre os terrenos, vendidos a preço abaixo de mercado e com condições facilitadas justamente para garantir que o retorno em investimentos não demore. “Guaramirim tem pelo menos cinco mil novos lotes e precisaremos oferecer infraestrutura para todas essas novas famílias. Para isso precisamos de dinheiro e não podemos esperar somente por verbas estaduais e federais”, previne-se.
O Prefeito Luis Chiodini e sua esposa, Sônia Maria Borges Chiodini.
Esforço também para manter vivo o hospital Santo Antônio
Quando assumiu a prefeitura, em janeiro passado, o Prof. Luis Chiodini encontrou uma estrutura sucateada, prestes a ser interditada pela Vigilância Sanitária. Algumas paredes estavam literalmente caindo aos pedaços e a estrutura operava apenas com 20% da sua capacidade. Sem nenhuma cirurgia sendo realizada, a ideia era transformar o local em um grande pronto atendimento 24 horas. O prefeito reconhece que fazer parcerias com hospitais de cidades vizinhas custaria mais barato e traria menos dores de cabeça à administração, mas confessa que não poderia aceitar ver toda aquela estrutura desativada por conta do mau direcionamento dos recursos.
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“Temos centros cirúrgicos de ponta para atender procedimentos de baixa e média complexidade e eu não poderia desperdiçar isso. Recentemente três salas voltaram a operar e estamos com uma média de 30 a 40 cirurgias mensais”, comemora. Ao todo o Santo Antônio realiza em torno de cinco mil atendimentos por mês e o próprio prefeito enfrenta a espera, assim como todos os munícipes. Por isso ele é contra quem reclama do hospital e pede que as pessoas atentem para o profissional que está prestando o serviço de maneira inadequada.
Para o próximo ano há planos de transformar o hospital em uma O.S. (Organização Social) para que possam atender também conveniados e planos de saúde, o que aumentaria a arrecação. “A tabela SUS está defasada há 12 anos e o hospital consome do município quase R$ 1 milhão por mês. É um custo muito alto e apenas uma alteração no CNPJ poderia permitir que esse peso financeiro diminuísse consideravelmente”, garante. Claro que há resistência por parte de alguns colaboradores, mas o prefeito pretende manter em marcha a decisão.
Honestidade, transparência, respeito com o dinheiro público e bom atendimento são as marcas que Chiodini quer deixar durante seu mandato.
Tamanha dedicação e esforço na vida pública, porém, fizeram com que o prefeito descuidasse da própria saúde. Semanas atrás entrou em um quadro de estafa física e mental e foi obrigado a reduzir o ritmo. Está bem longe da antiga rotina, que incluía todos os finais de semana relaxando na praia, mas ela comemora o primeiro passo, assim como os filhos, Esmeraldo e Maria Fernanda. “Admito que pequei muito como pai e marido”, lamenta, prometendo uma postura diferente em 2018.
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A burocracia tornou as pessoas corruptas no Brasil
A burocracia, segundo Luis Chiodini, foi uma das causas do excesso de estresse e ansiedade que o acometeram recentemente. Apesar de contar com o apoio dos dois deputados estaduais da região – Carlos Chiodini e Vicente Caropreso -, muitos recursos ainda estão emperrados e algumas coisas sendo projetadas somente para 2019. O político ainda precisa lidar diariamente com o assédio de pessoas em busca de favorecimento e constantes advertências para que ninguém da sua equipe sucumba à propostas que não favoreçam exclusivamente o município. “Aqui fazemos um trabalho sério e acabamos com todo tipo de privilégio”, argumenta Chiodini, que destaca o próprio gabinete, todo de vidro, como símbolo da transparência do seu governo. “Muito apostaram que ele não duraria três meses assim, mas a ideia é que a população possa enxergar sempre que o prefeito está na prefeitura, sem mentiras, sem se esconder e evitar o contato com os eleitores”, frisa.
Simplicidade: Chiodini pega a fila do SUS para ser atendido e usa a bicicleta para ir ao trabalho quase todos os dias.
Apesar de não ter atingido 100% dos objetivos para o primeiro ano de governo, ele se diz satisfeito e encerra o período de cabeça erguida. “Vivemos tempos de paz entre os partidos. Estamos recebendo o apoio da Câmara para governar a cidade e só o que peço é para que eu tenha pique para continuar realizando o meu trabalho e ver concretizado todo o planejamento elaborado nesse primeiro ano”, encerra.