Diether Werninghaus relembra trajetória profissional e compartilha momentos em família

data 22 de outubro de 2018

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Com um extenso currículo profissional, o empresário Diether Werninghaus busca hoje o conforto do lar e da família. Num suntuoso apartamento na Avenida Atlântica ele nos recebe de camiseta listrada, tênis e calça jeans. De sorriso fácil, o senhor de 62 anos impressiona pela jovialidade e simplicidade. Ao contar sua trajetória profissional, Diether fala com a leveza de quem conta sobre um fim de semana. Sem se gabar por nenhuma realização, ele vai lembrando pouco a pouco da mudança da família de Joinville para Jaraguá do Sul e de como cresceu junto com o desenvolvimento de uma das maiores empresas catarinenses ? a WEG.

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“Jaraguá é uma cidade fantástica. Eu fico engrandecido em dizer que sou de jaraguá também. Apesar de nascer em Joinville sou jaraguaense de coração”, comenta.

O pai, Geraldo Werninghaus, deixou a oficina Werninghaus & Filhos em Joinville e se mudou para Jaraguá do Sul com a família para fundar a WEG junto com Werner Ricardo Voigt e Eggon João da Silva. Diether recorda que na época tinha cinco anos e desde pequeno corria pelos corredores da empresa que era como uma extensão da sua casa. “Lá, como a casa ficava perto da WEG, nós tínhamos uma participação bastante grande. Quando tinha férias escolares a gente ia até lá e ajudava na produção, fazia os trabalhos que precisavam ser feitos, conta. Aos 10 anos, o jovem Diether voltou a Joinville, onde estudou no Colégio Tupy e cursou ginásio industrial e o curso de técnico mecânico até chegar a hora de escolher a faculdade. Com a paixão pela engenharia no sangue, Diether teve que optar se seguia o caminho do avô na engenharia mecânica ou buscava uma formação que agregasse ainda mais na empresa do pai. “Até os cincos anos vivi também dentro de uma oficina mecânica, que era do meu pai e do meu avô então eu já tinha contato com mecânica, com ferro e já gostava. Quando fui fazer minha inscrição na faculdade fiquei entre engenharia elétrica , que eram os trabalhos da WEG, engenharia mecânica, que era o segmento do meu avô, do meu pai,” relembra.

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“Meu pai foi um homem que tentou colocar a política como um reconhecimento do que a comunidade fez por ele”, afirma Diether.

Se mudou para Florianópolis, onde estudou Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). No final da graduação teve a oportunidade de fazer um estágio profissionalizante na Alemanha e depois de formado Diether buscou oportunidades fora da WEG, queria “ganhar um pouquinho mais de visão do lado de fora”. Retornou para a empresa que tinha oportunizado a experiência no exterior e que tinha sede em Pinhais (PR). Voltou à WEG somente no início da década de 80, quando foi chamado para trabalhar após se especializar como projetista de ferramentas de metal duro. Na empresa jaraguaense fez carreira. Passou pelos departamentos de controle de qualidade, produção e foi responsável pela instalação dos escritórios da Bélgica e Alemanha, o que lhe rendeu mais seis anos vivendo na Europa.

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Se reinventando Em 1998, cerca de um ano antes da morte prematura de seu pai, deixou os trabalhos na WEG e foi em busca de novos mercados. Investiu no ramo de alimentos, tecnologia e microcrédito. Com a Juriti Alimentos descobriu que era um ramo difícil de brigar com a pequena concorrência, o mercado artesanal e muitas vezes informal. Depois veio a Juriti Micro finanças, que nasceu com o intuito de fazer algo pela comunidade. “Meu pai foi um homem que tentou colocar a política como um reconhecimento do que a comunidade fez por ele. A WEG cresceu e ele devia muito a Jaraguá do Sul, então quis trabalhar em prol da comunidade. Como eu não tenho jeito para a política, pensei: e agora como vamos fazer? Simplesmente doar eu acho que não é o caminho certo. Busquei uma área em que realmente pudesse ajudar e onde eu sentia que as pessoas tinham mesmo dificuldade, que é o crédito”, avalia.

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Diether acredita que os microempreendedores sempre precisam de capital de giro e dinheiro na mão. Ele cita como exemplo o pipoqueiro, a verdureira, quem faz um docinho, uma empada em casa, trabalha com a venda de marmitas. A Juriti Microfinanças atuou por nove anos e atendeu mais de 38 mil clientes, ou melhor, 38 mil famílias, como ele frisa. Emprestou por volta de R$ 230 milhões e encerrou as atividades quando Diether optou por um período sabático para curtir os filhos gêmeos recém-nascidos na época. Atualmente, o engenheiro mecânico ainda se dedica a outros projetos na área de energia. Entre os negócios em andamento estão as construções de pequenas centrais hidroelétricas.

Jaraguaense de coração A exemplo do patriarca, Diether também nutre um amor intenso pela cidade que acolheu sua família desde o início da WEG. Embora tenha percorrido muitos lugares a trabalho, foi para Jaraguá do Sul que sempre retornou. Na cidade, por três mandatos foi presidente do Corpo de Bombeiros Voluntários. Durante sua gestão foi fundada a escola pioneira de formação de Bombeiros que até sua saída da presidência já havia formado quatro turmas. Angariou recursos e conseguiu a doação de um caminhão tanque e ambulâncias. Pensando sempre na comunidade, dedicou-se em 2016 ao Projeto Mulheres do Brasil junto com sua esposa, a sambista Karinah, e com a participação da orquestra de Jaraguá do Sul, no qual foram realizados shows beneficentes na cidade, em Joinville e Florianópolis com toda renda revertida para a Rede Feminina de Combate ao Câncer. “Jaraguá é uma cidade fantástica. Eu fico engrandecido em dizer que sou de Jaraguá também. Apesar de nascer em Joinville sou jaraguaense de coração. Lá o sentimento comunitário é muito forte, os empresários e a comunidade se ajudam mutuamente. É uma cidade progressista. Uma cidade sem igual. Não vi pelo Brasil outra tão focada nela mesma, com uma comunidade fortalecida e pensando sempre no futuro, no bem-estar do próprio município”, salienta.

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Diether Junto de sua esposa, a sambista Karinah, e com a participação da orquestra de Jaraguá do Sul, realizou shows beneficentes na cidade, em Joinville e Florianópolis com toda renda revertida para a rede feminina de combate ao câncer.
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Empresário, filantropo, marido, pai e avô Os olhos azuis por baixo dos óculos sorriem ao falar dos filhos e netos. Pai pela primeira vez de uma menina, hoje já uma mulher de 32 anos, Diether tem três netos – Joaquim, Theo e Thomas, de 12, 10 e três anos respectivamente. Em 2017 chegaram os gêmeos Lilian e Gerd, frutos do seu casamento com a cantora Karinah. A família hoje reside em Balneário Camboriú e enquanto posa para as fotografias que ilustram essa matéria, Diether se esquece das câmeras ao ouvir o pequeno Gerd choramingar. Sem cerimônia, vira e brinca com o filho. Ri quando o pequeno o imita. O apartamento tem vida. A alegria de Diether com a chegada dos caçulas está espalhada pela casa. A paternidade tardia tem seus benefícios. Hoje ele pode se dedicar mais à família e curtir momentos diários com os filhos. “Eu deixei um pouquinho a área operacional para cuidar dos meus filhos porque acho que agora é época de eu conseguir fazer isso porque meus compromissos já não são tantos. Há 30, 40 anos era bem diferente. Tinha que trabalhar para sustentar a família, hoje eu já estou mais tranquilo e posso dizer que dá para dedicar mais tempo aos meus dois pequenos”. reflete. Quando questionado como se sente sendo pai, Diether sorri mais uma vez  e responde silabicamente: “é ma-ra-vi-lho-so!”.

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Diether com a esposa e cantora Karinah no batizado e aniversário dos seus filhos, Gerd e Lilian.

Os projetos para o futuro são voltados aos gêmeos. Se antes a vida profissional lhe tomava a maior parte do tempo, hoje o empresário espera ansioso pelos dias que os filhos começarão a caminhar e poderão ir passear juntos. Torcedor flamenguista e com tantas conquistas profissionais, Diether admite que a paixão que quer passar aos filhos nada tem a ver com futebol e negócios. “Quero deixar como exemplo a honestidade e ensinar eles a serem pessoas simples. Você não precisa ostentar, você não precisa mostrar que é mais que os outros porque ninguém é mais que os outros. Todos nós nascemos pelados. Então ninguém é mais do que ninguém. Nós temos o mesmo sangue vermelho. Não tem diferenciação. Ser simples e honesto é o que é primordial e é isso o que quero ensinar para os meus filhos,” finaliza.

 

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